sábado, 31 de outubro de 2015

práticas da insônia: na terra

8.1 na escala richter. de um lado para outro na cama de quem escolhe a companhia dos abalos, nem tão tarde da noite, mas parece que não dormimos há tanto... desde que arrancaram os meus corações do espelho. e mesmo dormindo, sonho que acordo. até beethoven tem me parecido mais fácil, disse túlio. nessas horas eu me identifico com ele, disse eu. toca-me o calabouço de silêncio em enésima sinfonia. vibrante e atual no que os dias em 33 rotações por segundo vão se costurando pela agulha desastrada de direção. i wish it was wednesday. só por precaução. a terceira alternativa era O arbítrio, a distração e todo coração têm seu preço. depende de que lado você lambe a ilusão, disse juliana. la imagination est encore plus excitant? desconfio que só ela há. desde um colapso de memória de deus, as ondas se repetem no mar, uma após a outra, o mesmo gesto em diferente performance, quase única se não fossem elas únicas. e diana se acomodou na banheira para tocar o violão, para me fazer companhia ao banho, como se a infância de alice tivesse que se prolongar em tantos compassos, como se eu não pudesse sonhar sozinha, sendo eu todas elas em trabalho de resgate. mas o destino as manda assim, elas se lançam aos ares toda manhã e depois entranham sua lascívia à terra, à noite. e entregar-me a essa terra em ousadia persefoniana é para que eu devolvendo a este grande corpo os meus corações, tenha que perdê-los continuamente. só porque são recíprocos. é o que me diz em sua língua de elefante aquele homem que não tem medo do escuro porque não precisa enxergar os outros dele. estamos todos aqui. desde que deus nos concedeu a alucinação cotidiana. para que nós dois não morrêssemos de tédio. nossos corpos em fendas necessitam compreender mais que os continentes.
pois sim, a anacronia dessa história é de uma patologia irreversível. porque a vida é uma doença terminal, disse o pai de luisa.

* hans bellmer, sans titre, 1932

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

SIRENαS ON MαRS




















fOTO/pRODUÇÃO/aTUAÇÃO: Daya Gibeli e Thatiana Verthein
pÓS-PRODUÇÃO: Daya Gibeli

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